Ana Carolina Souza
Para dar início a pesquisa, reunimos um intenso volume de material blibliográfico sobre o sistema penitenciário feminino no país, compreendendo o período entre o início dos anos 2000 e 2015 e de diversas áreas do conhecimento (direito, sociologia, psicologia, filosofia, serviço social), além de livros ("Presos que menstruam", de Nana Queiroz e "Prisioneiras" de Dráuzio Varella), material jornalístico e audiovisual disponíveis na web.
Os dados apresentados na reportagem foram retirados do INFOPEN Mulheres (Junho/2014), levantamento inédito do Ministério da Justiça sobre a população carcerária feminina no Brasil, da pesquisa "Mulheres e crianças encarceradas: um estudo jurídico-social sobre a experiência da maternidade no sistema prisional do Rio de Janeiro" (2015), realizada pelo Grupo de Pesquisa em Políticas de Drogas e Direitos Humanos do Laboratório de Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FND/UFRJ), do relatório “Mulheres, meninas e privação de liberdade no Rio de Janeiro” (2016), do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do RJ e da pesquisa “Nascer na prisão: gestação e parto atrás das grades no Brasil” (2016), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Inicialmente, o objetivo era conseguir entrar em alguma unidade prisional (elegimos o Talavera Bruce por ser a unidade que concentra as gestantes) para visitação e para entrevistar as internas, mas por conta de questões burocráticas e períodos extensos para análise de documentação, desistimos, pois não daria tempo (o prazo mínimo era de dois meses, mas eles estavam em algum tipo de mudança de gestão, então não havia a garantia de que conseguiríamos acesso após esse período. Tentamos outras formas de acesso ao presídio, como visitação acadêmica, mas também esbarramos em uma questão burocrática, pois a autorização deveria vir direto do secretário de administração penitenciária, o que demandaria tempo. Desistimos de tentar acesso à penitenciária, mas ainda queríamos depoimentos de pessoas que trabalhassem lá, tentamos contato com a direção das unidades femininas (todas na cidade do Rio de Janeiro), também sem sucesso, pois o secretário também deveria autorizar a entrevista com os diretores das unidades.
Como não conseguiríamos entrevistar mulheres presas, fomos em busca de instituições que pudessem nos contactar com egressas. E assim conseguimos o contato da Marta*, através do ISER (Instituto de Estudos da Religião) e com ajuda de Paula Jardim.
Durante a pesquisa também tivemos apoio de Sandra Figueira, professora e membra do Fórum Nacional de Educação Prisional.
Como pretendíamos abordar assuntos relacionados à maternidade na prisão, fomos em busca das pesquisadoras que elaboraram o “Mulheres e crianças encarcaredas: um estudo jurídico-social sobre a experiência da maternidade no sistema prisional do Rio de Janeiro”, e conseguimos marcar entrevista com a Aline Pancieri, que integrou o grupo da pesquisa e é mestre em direitos humanos pela UFRJ.
Optamos por especialistas na área do direito para melhor explicarem a diferença entre as garantias legislativas e o que ocorre na prática nos presídios femininos e fazer uma contraposição “o que deveria ser versus o que é” a partir da ótica de suas áreas de especialização e atuação.
Para falar sobre a situação de mulheres trans, entrevistamos Nathalia Damazio, advogada e membra do IDDH, que teve contato direto com a situação de mulheres trans presas em Pernambuco.
Entrevistamos também Renata Lira, advogada membra do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Rio de Janeiro que participou da elaboração do já citado relatório que serviu de base a nossa reportagem.
EQUIPE
SOBRE
Graduanda em Jornalismo na escola de comunicação ECO/UFRJ
Graduanda em Jornalismo na escola de comunicação ECO/UFRJ
Carolina Magalhães
Graduanda em Jornalismo na escola de comunicação ECO/UFRJ